A constante discussão acerca do fazer cultural é necessidade básica para a busca de sua real valorização. Assistindo hoje a uma entrevista da escritora Adélia Prado, no Futura, pude apreciar essa verdadeira constatação da realidade, quando ela insistentemente declarava que a beleza deve ser tratada desde as séries iniciais da escola, já que a fome espiritural é presente no cotidiano das pessoas. A melhor percepção do belo ocorre naquilo em que tropeçamos todos os dias, mas que não percebemos. "Você entende o feijão? Não! Mas, você come o feijão ou a fruta ou qualquer coisa, como algo muito natura,l e se satisfaz com aquilo, sem perceber a beleza que há nisso" (suas palavras foram parecidas com isso).
Lembro-me, agora, do poema O OPERÁRIO EM CONSTRUÇÃO, de Vinícius, em que num dado momento, o operário percebe isso:
"Mas ele desconhecia esse fato extraordinário, de forma que, certo dia, à mesa ao cortar o pão, o operário foi tomado de uma súbita emoção, ao constatar assombrado, que tudo naquela mesa: garrafa, prato, facão.... era ele que os fazia..."
Lembro-me, agora, do poema O OPERÁRIO EM CONSTRUÇÃO, de Vinícius, em que num dado momento, o operário percebe isso:
"Mas ele desconhecia esse fato extraordinário, de forma que, certo dia, à mesa ao cortar o pão, o operário foi tomado de uma súbita emoção, ao constatar assombrado, que tudo naquela mesa: garrafa, prato, facão.... era ele que os fazia..."
Olá, kleber conheço o seu livro TERRA E CORPO e posso dizer que AMEI. Tambem já vi uma apresetação sua no teatro junto com o CIO DA VOZ. Me escreve por favor dizendo que um dia voces estarão fazendo aquele lindo,maravilhozo show novamente pois foi o melhor que eu já vi. há... na peça vc falava sobre um chá muito engraçado!!!bjs sueli.
ResponderExcluirQuero ler o Terra e Corpo.
ResponderExcluirGrande amigo e esperança de dias melhores...
Partindo do principio que o homem segue em forte ritmo atrás do dinheiro sem tempo para perceber a beleza em sua volta e, quando atinge suas metas, não sabe desfrutá-la e se arrepende do tempo que se foi. A beleza do dia-a-dia deve ser degustada e devorada.
Abraço.
Aurélio Z.
Um dia talvez possamos refazer esse trabalho com a Cris Naga, pois o Cio da Voz infelizmente se dissolveu.
ResponderExcluirO poema do chá... sei qual é... vou procurar e publicá-lo aqui. Aguarde...
Kleber, aqui vai o Chá das Cinco, um dos grandes momentos daquele espetáculo, o Cio da Voz não existe mais como coral, mas deixou muitas lembranças e influências, foi uma grande vivência, uma escola!
ResponderExcluirE vc um dos nossos grandes colaboradores!
Abraço Grato!
Cris Naga
Chá das Cinco
(A Jorge Amado)
chá de poejo para o teu desejo
chá de alfavaca já que a carne é fraca
chá de poaia e rabo de saia
chá de erva-cidreira se ela for solteira
chá de beldroega se ela foge e nega
chá de panela para as coisas dela
chá de alecrim se ela for ruim
chá de losna se ela late ou rosna
chá de abacate se ela rosna e late
chá de sabugueiro para ser ligeiro
chá de funcho quando houver carunhco
chá de trepadeira para a noite inteira
chá de boldo se ela pedir soldo
chá de confrei se ela for de lei
chá de macela se não for donzela
chá de alho para um ato falho
chá de bico quando houver fuxico
chá de sumiço quando houver enguiço
chá de estrada se ela for casada
chá de marmelo quando houver duelo
chá de douradinha se ela for gordinha
chá de fedegoso pra mijar gostoso
chá de cadeira para a vez primeira
chá de jalapa quando for no tapa
chá de catuaba quando não se acaba
chá de jurema se exigir poema
chá de hortelã e até manhã
chá de erva-doce e acabou-se
(pelo sim pelo não
chá de barbatimão)
(Gilberto Mendonça Teles)
Valeu, Cris. Vc faz parte da minha história tb. Te admiro!!!
ResponderExcluirKleber Gabriel